Flávio Meireles deixou o relvado do Vitória Sport Clube mas não se afastou muito do Estádio D. Afonso Henriques. Na verdade, só atravessou a rua. O ex-jogador de futebol, apelidado entre os adeptos como “eterno capitão” da equipa vimaranense, juntou-se ao amigo e empresário Joaquim Martins, proprietário de vários espaços de restauração na cidade, para fazer renascer o Condado. Aos 50 anos de atividade, o mítico snack-bar, restaurante e cervejaria fechou portas no início da pandemia, regressando ao serviço em fevereiro com uma nova imagem.
“Esta é uma casa histórica, passaram por aqui várias gerações. Hoje vêm os netos que antes vinham com os pais e com os avós, por isso é um local cheio de tradição desde 1969”, realça Flávio. Além disso, também pertence à memória coletiva dos vitorianos, como ponto de encontro em dias de partida. “As pessoas vinham aqui comer antes de irem para o jogo, e depois do jogo vinham aqui novamente, portanto essa ligação ao futebol também é muito forte”, reconhece o empresário, que manteve relação com o clube mesmo depois de arrumar as chuteiras, em 2011.
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Condado (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
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Condado (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
A devolução do Condado à cidade respeitou o seu legado de espaço de convívio, com horário alargado, e um novo balcão à entrada, que mantém a identidade de snack-bar, ainda que com menos lugares, para privilegiar a comodidade. A cozinha foi ampliada, a decoração está mais arrojada e moderna, mas preserva a pintura de Lima, de 1986, com a representação de Egas Moniz perante o rei de Castela, que passou da parede para o teto.
Quanto ao serviço, o Condado perdeu apenas o título de cervejaria, mas a carta continua a ser forte em snacks e petiscos. “Foi das primeiras casas em Guimarães a ter francesinha”, afiança o sócio, Joaquim Martins. A sanduíche surge em diversas versões: especial (de vitela, frango ou lombo), à Dantes (em pão bijou) e à Flávio (em pão de cachorro e com ovo em cima). Quem vai para picar, tem bolinhos de bacalhau, croquetes, rissóis e uma variedade de tapas. Quem quer comer algo mais consistente, encontra o conforto da cozinha tradicional em pratos como o bacalhau à Zé do Pipo, o naco ou o polvo panado e os filetes de pescada com arroz de tomate.
- Condado (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
- Condado (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
- Condado (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
- Condado (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
Neste renascimento do Condado, a carta também se abre a propostas de influência internacional, como o bife Wellington, os risotos, o taco de salmão ou o tártaro de novilho, a que se juntam agora para o verão pratos mais leves e frescos, como poke bowls e saladas.
No copo, sobressaem as sangrias e uma nova carta de vinhos, com uma seleção que inclui algumas referências produzidas no concelho, a reforçar a aposta da dupla na cidade-berço.
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Condado (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
Longitude : -8.2245