Casa Camélia. Dormir num jardim secreto sobre o Douro

Casa Camélia (Fotografia de Carlos Carneiro/GI)
São camélias centenárias as que dão nome a este alojamento de charme no Porto. A pérola maior da Casa Camélia, além dos seus quartos elegantes e confortáveis, é o jardim escondido nas traseiras, feito refúgio de leitura e lugar de contemplação.

A porta de entrada da Casa Camélia facilmente passa despercebida ao olhar desatento de quem desce a Rua da Bandeirinha. Afortunados são os que a encontram, pois além de um alojamento de charme, no fim do corredor forrado a mosaicos revela-se a passagem para um jardim secreto, feito miradouro, que rivaliza com os vizinhos Virtudes e Palácio de Cristal em exclusividade e sossego.

 

Reservado ao usufruto dos hóspedes (e ocasionalmente aberto ao público: o festival Jardins Abertos, que acontece nos dias 29 e 30 de junho, é uma boa oportunidade para conhecer esta pérola), serão poucos os que não se rendem ao convite de passar uma tarde numa das namoradeiras em pedra a contemplar a vista sobre o rio Douro e a marginal de Gaia, ou num banco de jardim, sob a pérgola de glicínias, a devorar as páginas de um livro. Mesmo em dias de chuva, o pavilhão envidraçado dos pequenos-almoços, inspirado num antiga estufa que ali existia, oferece abrigo sem comprometer a envolvência.
“Era importante para mim manter este jardim, porque isto é o que faz o lugar único”, nota Raffael Kneubühler, responsável pela reabilitação do edifício do século XVIII (feita ao estilo original e preservando os elementos possíveis, como alguns dos painéis de azulejos) e do seu belíssimo oásis.

Raffael Kneubühler, Casa Camélia (Fotografia de Carlos Carneiro/GI)

Casa Camélia (Fotografia de Carlos Carneiro/GI)

Casa Camélia (Fotografia de Carlos Carneiro/GI)

 

O arquiteto suíço regressou a casa depois da sua primeira visita ao Porto, há oito anos, com a ideia de criar um hotel na cidade. Em 2022, concretizou finalmente o projeto e batizou-o em homenagem às cameleiras centenárias que encontrou na propriedade, e acredita serem remanescentes de um antigo horto de plantas exóticas que funcionou no Parque das Virtudes no século XIX.

As camélias florescem no inverno, mas “durante todo o ano há flores” a dar cor e perfume ao jardim, assegura Raffael. Por esta altura, são as rosas que compõem os bouquets de boas-vindas deixados nos quartos.

Casa Camélia (Fotografia de Carlos Carneiro/GI)

Casa Camélia (Fotografia de Carlos Carneiro/GI)

 

Não fosse óbvia a relação do alojamento com o mundo floral, cada uma das nove suítes da Casa Camélia tem o nome de uma flor que cresce no jardim, e ainda que todas sejam diferentes – a Peónia tem uma pequena cozinha; a Azálea conserva uma das paredes em pedra originais; e a Magnólia é um duplex que acolhe até quatro pessoas e tem uma antiga casa de banho revestida a mármore transformada em salinha de chá -, têm em comum a comodidade e a atenção ao detalhe. As televisões estão escondidas atrás de portas em madeira e o soalho foi refeito em riga, não tivesse o proprietário iniciado no mundo do trabalho como aprendiz de carpinteiro.

Casa Camélia (Fotografia de Carlos Carneiro/GI)

 

Outro elemento transversal a todos os quartos são os murais da artista Marta Vilarinho de Freitas, que criou desenhos únicos para cada um deles, integrando o casario e os monumentos da cidade, as flores do jardim e outros deliciosos pormenores que fazem dedicar tempo à sua observação. Desafio: encontre a antena da televisão, a roupa no estendal ou o gato molengo na soleira da porta.

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Mapa da ficha ténica
Morada
Rua da Bandeirinha, 26, Porto
Telefone
965 427 555
Custo
() quarto duplo desde 100 euros/noite

Website

GPS
Latitude : 39.3999
Longitude : -8.2245




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